Celebração afro-brasileira: Capivale Festival tem nova edição em Barra do Piraí

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O artista barrense cultural Kaio Filipe é produtor do evento - Divulgação/Capivale

‘Capivale Festival’ recebe sua 5° edição em Barra do Piraí, com entrada gratuita

Por Lanna Silveira

O Capivale Festival chega a sua 5° edição em Barra do Piraí em duas datas: neste sábado (4), e no dia 16 de novembro. A celebração deste fim de semana começa a partir das 19h, no Clube Brasil (localizado na Rua Pref. Iago José de Castro Valério, n° 1261 – Oficina Velha). A proposta do evento é celebrar a cultura afro-brasileira em suas diversas expressões culturais. A entrada do evento é gratuita, mas os ingressos precisam ser retirados antecipadamente pela plataforma virtual Sympla.

A programação musical da festa será aberta com uma apresentação do Jongo de Quintal – grupo de Dorândia, formado majoritariamente por mulheres negras, que se dedica a celebrar a tradição ancestral do “jongo” – dança de origem africana típica da região sudeste. Em sequência, o artista Kaio Filipe se apresenta, com um repertório que traz músicas da MPB explorando ainda o jazz, blues e soul. Fechando a noite, o grupo Juremeiros traz um repertório de samba raiz, cantando sucessos de nomes como Cartola, Dona Ivone Lara, Martinho de Vila e Beth Carvalho. Entre cada atração principal, haverá discotecagem com a DJ Saruman, que irá preparar sets multigênero que transitam pelo R&B, baile charme e outros. A festa também terá a presença do grupo de Capoeira do Mestre Meduza, do grupo Samba do Virote e do cantor Juninho Kakurê.

Esta será a primeira edição do evento a receber incentivo municipal, contando com o apoio da Prefeitura de Barra do Piraí, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e da Política Nacional Aldir Blanc, do Ministério da Cultura.

Centralização da cultura negra

O organizador do Capivale, Kaio Filipe, explica que a ideia de promover o evento surgiu com a aprovação de um projeto pessoal na Lei Paulo Gustavo, que tinha como contraproposta social a promoção de quatro shows gratuitos em bairros periféricos de Barra do Piraí. Todo o processo de curadoria artística do festival, que prioriza a contratação de artistas que representem a cultura negra e periférica, reflete a vontade de Kaio de trazer essas manifestações artísticas para o epicentro cultural local, por meio de um evento popular que, por ser gratuito, permite o acesso de todos os públicos à cultura. “Na dinâmica do mercado, só é consumido o que é dos interesses dos proprietários dos meios de produção/circulação cultural e fica de lado a cultura periférica e tradicional. Meu objetivo enquanto produtor cultural é contrariar essa lógica mesmo”.

Kaio complementa dizendo que, nas primeiras edições do festival, foi difícil fechar com um espaço que aceitasse receber o público-alvo do Capivale.

– Foi uma sequência de negativas que tinham como base argumentativa o racismo e o classismo: ‘Ah samba e pagode de graça? É claro que vai dar briga. A gente não vai fazer aqui’. Aqui em Barra encontramos no Brasil Futebol Clube a receptividade que a cultura negra merece – relata.

Além da valorização de culturas invisibilizadas, a seleção dos artistas da programação musical tem o objetivo de criar uma conexão entre artistas de diferentes cidades da região – priorizando, ainda, os artistas de Barra do Piraí. “Eu, enquanto produtor cultural que também é artista, penso que esse é o cenário ideal para meu som ecoar. É aquilo: se não tem cena musical que te caiba no seu território, crie-a”, conclui.

Correio Sul Fluminense

Uma Publicação do Grupo Correio da Manhã

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