Impasse entre a categoria e a prefeitura teve início por conta da reforma na previdência
Por Lanna Silveira
Professores da rede municipal de Barra Mansa fizeram nova paralisação nesta terça-feira (10), com duração de 48 horas. A medida foi motivada pela insatisfação da categoria com as recentes decisões da prefeitura, que, conforme alegam os profissionais, restringem direitos trabalhistas e reduzem a valorização dos docentes.
O estado de greve é um desdobramento de uma mensagem do Executivo, de 16 de abril, que estabelece reforma na previdência dos servidores públicos de Barra Mansa, aprovada em primeira discussão. Segundo Carlos Roberto, diretor do Sindicato Estadual Profissionais de Educação de Barra Mansa (Sepe-BM), a reforma dificultaria a aposentadoria dos professores, aumentando não somente o tempo de contribuição necessário como a idade mínima para se aposentar.
– Fazer greve é a única ferramenta que a gente tem para reagir, mas sempre é a nossa última opção. As nossas greves ainda conseguem dar visibilidade aos problemas; se não tivesse isso, nossa situação seria ainda pior. Estamos atrás de direitos, não queremos privilégio nenhum – enfatiza Carlos Roberto.
Atos em diversos pontos de Barra Mansa
Durante os dias 10 e 11, em que a categoria permanecerá paralisada, o Sepe-BM organizou uma série de atos pela cidade a fim de dar visibilidade às demandas dos professores e tentar iniciar um novo diálogo com o poder público.
Na terça-feira (10), dois atos foram feitos no prédio da Prefeitura, enquanto nesta quarta (11) será feita uma passeata com concentração no Restaurante Popular, às 9h, e uma panfletagem na Praça da Matriz, às 14h. Ao fim do dia, a categoria se reunirá em uma nova assembleia para decidir se a paralisação será estendida.
Prefeitura se manifesta
O Correio Sul Fluminense entrou em contato com a Prefeitura de Barra Mansa para solicitar um posicionamento sobre a nova paralisação dos professores municipais que, em nota, afirmou que “manteve diálogo de forma incessante com o Sepe por mais de um mês. Foram, inicialmente, aceitas diversas demandas da categoria”.
-Todas pautadas nos profissionais de Anos Iniciais, mas, para nossa surpresa, o Sepe quis incluir na lei todos os profissionais, que sequer foram discutidos nas pautas de negociação daquele momento – diz outro trecho da nota.
Ainda segundo a nota, o Governo Municipal teria proposto retomar as negociações, que na assembleia não foi aceito. Outras pautas, a prefeitura estaria fazendo estudos, não só para os profissionais da educação, mas para todos os servidores.