Uma manifestação que reuniu indígenas de 14 aldeias paralisou o tráfego na manhã desta segunda-feira, dia 09, na BR-101, a Rio-Santos, logo na entrada da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, que abriga as usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3. O ato ocorreu em várias regiões do país e foi realizado para mostrar a insatisfação com relação ao Projeto de Lei do Licenciamento Ambiental. A manifestação é contrária também à proposta que suspende a demarcação de duas terras indígenas.
Litoral paulista tem outro ato
A ativista Txai Suruí, que participou da mobilização na Rio-Sanos, acusou o Congresso Nacional de ir contrário ao direito dos povos indígenas. Houve protesto também no litoral paulista, na altura de São Sebastião. Lá, o protesto foi convocado pelo cacique Adolfo Timóteo. Com trajes tradicionais e faixas, eles pediram apoio da sociedade para barrar o projeto.
PL é um retrocesso, diz ativista
Eles classificam o PL 2159/202 como um retrocesso. “A gente não pode permitir esse tipo de retrocesso. A gente não pode permitir essa violência. A gente está aqui para pedir um basta. É uma mobilização nacional do movimento indígena diante desses ataques contra os nossos direitos e os próprios direitos da natureza”, disse a ativista, ao Brasil de Fato.
Eletronuclear esclarece que ato não afetou usinas
Logo pela manhã, a Eletronuclear divulgou nota à imprensa para informar que Angra 2 operava em condições normais e seguras, apesar da manifestação. As atividades da primeira usina também não estão sendo impactadas pelo movimento, segundo nota. “É importante ressaltar que o protesto faz parte de um movimento nacional convocado por lideranças indígenas de todo o Brasil, em defesa dos direitos territoriais dos povos originários”, afirmou a estatal, responsável pela operação das usinas nucleares. Além disso, a empresa informou que a manifestação não tinha qualquer relação com a Eletronuclear.
Demora na entrada do complexo
A manifestação das tribos indígeenas, no entanto, chegou a provocar transtorno na entrada e saída da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. “A empresa reforça que não há qualquer prejuízo à segurança de Angra 1 e 2. A Eletronuclear reafirma seu compromisso com a transparência e com a prestação de informações claras à sociedade”, disse a empresa. Aliás, Angra 1 segue em parada programada para recarregamento de combustível e manutenção desde 5 de abril, conforme previsto pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
Atos ocorrem sem incidentes
A estatal fez questão de ressaltar que o protesto faz parte de um movimento nacional convocado por lideranças indígenas de todo o Brasil, em defesa dos direitos territoriais dos povos originários. Ou seja: sem qualquer ligação mesmo com as usinas nucleares. Ainda no início da manhã, os protestants liberaram a rodovia, sem transtornos ou danos relevantes ao tráfego que seguiu normalmente durante o restante do dia. Em outros pontos do país, também não foram registrados incidentes por causa da manifestação.