Maria da Graça Vigorito Bertges de Oliveira, 89 anos, militante dos Direitos Humanos em Volta Redonda, eleita Mulher Destaque do MEP-2018, ontem, dia 20, em visita ao MEP.VR, deu depoimento sobre o legado da Juíza Patrícia Alcioli, brutalmente assassinada em 2011, na cidade de São Gonçalo, RJ.
Maria da Graças, foi acolhida pelos jovens Pedro Paulo Vidal, Matheus Mattos e Lucas Mattos, conselheiros do Movimento e Pedro Raposa, professor de química. Na sala de aula, apresentada aos estudantes, Maria da Graça, assistiu os slides sobre a trajetória da juíza Patrícia Lourival Alcioli e em seguida fez o depoimento do tempo que conviveu com a juíza na década de 1990. No primeiro momento os estudantes conheceram as homenagens pós morte dedicadas à magistrada. “A Associação dos Magistrados do Estado do Rio, criou em 2012, o Prêmio Juíza Patrícia Alcioli. O TJRJ, em 2014, inaugurou no município de São Gonçalo, o fórum com seu nome. Em 2022, a ALERJ instituiu o Diploma Juíza Patrícia Alcioli de Justiça e Cidadania”, descreveu os slides elaborado por Steice Carvalho, estudante do Pré Vestibular Cidadão.
Tribunal de Júri com representantes dos Movimentos
Maria da Graça, cuidadosa para não esquecer detalhes da sua apresentação, fez leitura do texto, e intercalava com alguns acréscimos de memória.
“Dra. Patrícia, mulher corajosa que se formou juíza para lutar por justiça. Ela, embora tenha ficado pouco tempo em Volta Redonda, deixou a sua marca como servidora pública. Volta Redonda vivia um período conturbado, embora a ditadura tivesse acabado, ficou uma herança do grupo de extermínio em Volta Redonda. A rotatividade dos defensores, dos promotores e juízes era muito forte na época…A Dra. Patrícia ao chegar à cidade nos anos finais da década de 1980, como Defensora Pública, mais tarde juíza da 1ª Vara Criminal, viu que havia muitas denúncias sem investigação. Ela fez a justiça andar”, relatou calmamente Maria da Graças no primeiro momento.
Na sequência informou – “A Dra. Patrícia, procurou o Dom Waldyr Calheiros, e através do bispo conheceu os movimentos populares ligados aos direitos humanos, me lembro, nos reunimos (Comissão a de Direitos Humanos) na Cúria Diocesana várias vezes. Ela era muito próxima de Dom Waldyr. A Dra. Patrícia, foi tão inovadora em fazer a justiça acontecer, tanto que nos júris no caso dos crimes contra a vida, ela passou a solicitar nomes de cidadãos ligados à igreja e movimentos. Assim, eles foram sorteados para integrarem o Tribunal do Júri. Zezinho foi um deles, e fez parte de alguns juris”, lembrou Maria da Graça.
Pedro Paulo, conselheiro, sensibilizado com que ouviu, lembrou para o filme ‘Ainda Estou aqui’. “A senhora me fez lembrar Eunice o filme brasileiro – Ainda Estou Aqui. Parabéns pela garra e coragem”, declarou o conselheiro do MEP.
Ao fim da exposição, aplaudida recebeu os agradecimentos do professor, dos conselheiros e das representantes da turma. “Em nome da turma quero agradecer a senhora por ter compartilhado essa história forte que aconteceu em VR, antes da gente existir…Muito obrigado”, falou Alana, representante da turma.