Sesc Barra Mansa recebe a exposição ‘Terra Vinga’ que propõe reflexão

Título do Post Incrível
"Rio das Mortes" será uma das obras expostas - Divulgação

A exposição “Terra Vinga”, do artista mineiro Marlon de Paula, com curadoria de Joyce Delfim, está em cartaz no Sesc Barra Mansa até o dia 5 de outubro.

A mostra propõe uma reflexão crítica e sensorial sobre os impactos da mineração e da exploração colonial no território brasileiro — um tema que ganha ainda mais força ao ser apresentado em uma cidade historicamente marcada pela presença da Ferrovia do Aço. A mostra pode ser visitada gratuitamente, de terça a sexta, das 10h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h. Durante o período expositivo, será lançado um catálogo da mostra.

Temas

“Terra Vinga” explora como o imaginário colonial — alimentado por mitos como o da Serra de Sabarabuçu e pelas promessas de riquezas minerais — moldou não apenas a paisagem física, mas também as estruturas sociais, econômicas e políticas do país. A exposição aborda as marcas dessa lógica extrativista, que desde o período colonial até o capitalismo industrial segue impactando ecossistemas, comunidades e modos de vida.

No conjunto de obras selecionado pela curadoria, o público poderá ver fotomontagens, instalações, videoperformance e fotografias que combinam imagens autorais, documentos de arquivo e gravuras históricas. Em peças como Pulmão de Pedra, que trata dos impactos da mineração nos corpos e nos territórios de trabalhadores envolvidos com a atividade mineradora, ou na fotoinstalação Rio das Mortes, o artista tece narrativas visuais que conectam corpo, território e história. A obra também remete à importância histórica do Rio das Mortes, palco da Guerra dos Emboabas e de redefinições de fronteiras coloniais.

Entre os destaques da mostra, está a instalação fotográfica Mil dias, que aproxima visualmente duas ferrovias: a Ferrovia do Aço e o mineroduto Minas-Rio. A instalação é baseada em registros históricos como os de Marc Ferrez, que documentou a construção da ferrovia entre 1881 e 1884, e traz imagens que retratam as transformações ambientais e morfológicas provocadas por essas infraestruturas de escoamento de produção agropecuária, durante o período imperial, e mineral, durante a ditadura militar.

Apresentar a exposição em Barra Mansa potencializa ainda mais esse diálogo: a cidade foi um importante entroncamento ferroviário desde o século 19, integrando as rotas que escoavam minérios e outras riquezas do interior para o litoral. Até hoje, a linha férrea corta a malha urbana e permanece ativa, transportando sobretudo cargas industriais e minerais. Nesse contexto, a instalação Mil dias estabelece uma conexão direta com o território local, convidando o público a refletir sobre como infraestrutura e exploração caminharam — e ainda caminham — juntas.

Deixe um comentário

Correio Sul Fluminense

Uma Publicação do Grupo Correio da Manhã

Boletim Informativo

Assine minha newsletter para receber novos posts, dicas e fotos. Fique por dentro!

ASSISTA AO VIVO

©2025 – Todos os direitos reservados. Projetado e desenvolvido pelo Correio da Manhã.