Estão querendo crucificar o ministro Dias Toffoli por ter ido a Lima assistir o jogo do Palmeiras. Foi um bate e volta para ver uma partida histórica. Tudo em lugares públicos e com uma agenda aberta. Agora, falam na necessidade de um código de ética para os membros do STF. Quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator do processo da Operação Lava-Jato na Corte, morreu, há nove anos, no dia 19 de janeiro de 2017, na queda de um avião King Air C-90 prefixo PR-SO, pertencente ao grupo Emiliano Empreendimentos e Participações, dono de dois hotéis de luxo, um em São Paulo e outro no Rio, ambos com a bandeira Emiliano, empresa controlada por Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, morto no acidente, e pelo empresário Gustavo Filgueiras, hoje a frente dos negócios da família, ninguém questionou a ética de um ministro do STF estar compartilhando a aeronave de um empresário, como fazem agora.
Não houve debate ético sobre a viagem. Houve sim suspeição sobre a estranha queda do aparelho, já que o ministro Teori estava de férias e, até o recesso, trabalhava na fase final da análise da homologação das delações dos executivos da Odebrecht, o maior e mais ruidoso acordo de colaboração da Lava Jato.
O que mudou na relação da mídia e da política com os ministros do Supremo? Gilmar, Fux, Toffoli e Fachin já eram ministros e foi exatamente a morte de Zavascki que permitiu a chegada de Alexandre de Moraes. Por que agora querem demonizar o STF e passar a insistir em um código de ética para os ministros?