Médica explica como a instabilidade afeta o sistema imunológico
Por Lanna Silveira
A primavera de 2025 tem sido caracterizada por flutuações intensas de temperatura, por semanas de dias quentes seguidos de chegadas abruptas de frentes frias, ou mesmo alterações de frio e calor ocorridas ao longo de um só dia. Esse período também tem apresentado ventos fortes e pancadas de chuvas frequentes; podendo ser, segundo reportagem da Agência Brasil, uma consequência do fenômeno La Niña, que faz com que as frentes frias passem rapidamente pela Região Sul e acabem se instalando no Sudeste.
Essa amplitude térmica possui impactos no sistema imunológico humano e facilita a contração constante de doenças, como gripes e resfriados. A médica infectologista do Unimed de Volta Redonda, explica que nos dias muito frios e secos, o indivíduo perde a capacidade de defesa inata nas vias respiratórias altas – como nariz, mucosa oral e faringe. Também se enfraquece a capacidade de filtro e adesão que o ser humano possui nos pelos, mucos e células destas regiões. Tudo isso facilita que vírus, como dos resfriados, gripes (influenza) e da Covid-19, consigam penetrar e causar doenças.
Já nos dias muito quentes, segundo a médica, a imunidade é afetada pela necessidade de regulação térmica do organismo e possíveis quadros de desidratação.
A médica explica que, durante períodos de grande amplitude térmica, como está ocorrendo durante essa primavera, o organismo precisa se adaptar constantemente e variações reduzem a eficiência das defesas das vias respiratórias, como a mucosa nasal e os cílios que ajudam a eliminar vírus e partículas. E, devido ao frio ou calor, as pessoas costumam ficar mais tempo em ambientes fechados, com pouca ventilação natural, ou com ar condicionado, o que facilita a transmissão de vírus respiratórios por proporcionar maior concentração de agentes infecciosos e por favorecer temperatura e condições ideais para a sua proliferação e disseminação.
A médica ainda explica que, em cidades como Volta Redonda, que possuem atividades industriais intensas, o ar acaba recebendo uma presença maior de partículas e “gases irritantes”, que irritam e inflamam as vias respiratórias. Além disso favorecer o desenvolvimento ou o agravamento de condições alérgicas pré-existentes – como rinites, asma e bronquites-, esse ar torna o organismo mais suscetível a infecções virais e bacterianas. Os resíduos liberados no ar pela atividade industrial também potencializam os efeitos diretos das mudanças climáticas, o que, segundo a médica, também aumenta o risco de doenças respiratórias.
Prevenção
A médica lista uma série de medidas a serem tomadas para reduzir as chances de ser acometido por doenças nesse período. Entre elas, estão: higienizar corretamente e frequentemente as mãos com água e sabão ou com álcool 70%, e evitar tocar o rosto, boca, olhos e nariz com as mãos sujas; manter os ambientes naturalmente ventilados, mesmo nos dias frios, favorecendo a circulação do ar; manter alimentação saudável e hidratação adequada para reforçar o sistema imunológico; manter cartão vacinal em dia, especialmente contra Influenza e COVID-19, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e do seu médico; proteger-se do frio com roupas adequadas, evitando, sempre que possível, a mudanças bruscas de temperatura; evitar exposição à fumaça e poluentes do ar; evitar locais fechados e aglomerados e contato com pessoas doentes (quem for de algum grupo de risco para Influenza ou Covid-19, deve usar máscara cirúrgica). Em caso de sintomas gripais, a médica recomenda que se evite contato com outras pessoas, use máscara cirúrgica e procure orientação de um profissional de saúde.