CSN e Fundação Procafé iniciam pesquisa sobre uso de agregado siderúrgico na formação de cafeeiros

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Pesquisa aplicada em cafeicultura avalia corretivo agrícola produzido a partir da escória de aciaria - Divulgação

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deu início a uma nova etapa de validação agronômica do agregado siderúrgico produzido a partir da escória de aciaria. Em parceria com a Fundação Procafé, referência nacional em pesquisa aplicada em cafeicultura, a empresa passará a avaliar o desempenho do material como corretivo agrícola e fornecedor de nutrientes secundários na formação de cafeeiros, em condições de campo controladas.

O estudo será conduzido na fazenda experimental da Procafé, em Lajinha (MG), e prevê comparações diretas entre o agregado siderúrgico da CSN e corretivos minerais tradicionais, como o calcário agrícola. O projeto contará com resultados parciais a cada seis meses, permitindo a geração contínua de informações técnicas desde as fases iniciais do cultivo.

Reconhecida nacionalmente por sua atuação em pesquisa aplicada, assistência técnica e transferência de tecnologia, a Fundação Procafé mantém forte conexão com cafeicultores, cooperativas e instituições públicas. Entre os pesquisadores responsáveis pelo projeto está o Dr. José Braz Matiello, uma das maiores autoridades em cafeicultura do país, autor de diversas publicações técnicas e com ampla experiência em projetos que impactaram diretamente a produtividade e a sustentabilidade do setor cafeeiro.

O experimento avaliará variáveis como desenvolvimento vegetativo das plantas, produtividade inicial e análise química de solo e folhas ao longo do ciclo produtivo. As doses do agregado siderúrgico serão aplicadas no plantio e no segundo ano, permitindo observar seus efeitos comparativos na correção da acidez do solo e na nutrição das plantas.

Agregado siderúrgico aprovado pelo MAPA

A iniciativa ocorre após a autorização oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), concedida em novembro, para o uso do agregado siderúrgico da CSN como matéria-prima para fertilizantes e corretivo agrícola em todo o território nacional. A decisão foi baseada em análises físico-químicas e avaliações técnicas que confirmaram o poder de neutralização do material, compatível com corretivos convencionais, além do atendimento aos limites legais de segurança ambiental.

Produzido no Pátio da Brasilândia, em Volta Redonda, o agregado siderúrgico é obtido a partir do beneficiamento da escória de aciaria, passando por processos de britagem, classificação granulométrica e estabilização antes de sua destinação agrícola. O uso do material integra estratégias de economia circular, ampliando o aproveitamento de coprodutos industriais de forma segura e sustentável.

Além da parceria com a Procafé, a CSN também mantém cooperação técnica com a Pesagro-Rio, empresa pública de pesquisa agropecuária do Estado do Rio de Janeiro. Os ensaios de campo conduzidos pela instituição tiveram início após visitas técnicas e apoio do governo estadual, com foco em culturas adaptadas a solos ácidos característicos do estado.

As pesquisas da Pesagro-Rio buscam definir protocolos de uso seguro e eficiente do agregado siderúrgico, reforçando o processo de validação agronômica em diferentes condições edafoclimáticas e ampliando o conjunto de evidências técnicas sobre o material.

Experiências internacionais, especialmente na União Europeia, no Japão e nos Estados Unidos, indicam que materiais derivados da escória de aciaria são utilizados há décadas na agricultura, com ganhos de produtividade e melhoria das propriedades químicas do solo. Estudos recentes também apontam que esses materiais podem contribuir para a captura de carbono atmosférico, por meio de processos naturais de mineralização.

Com as pesquisas conduzidas pela Procafé e pela Pesagro-Rio, a CSN passa a integrar uma rede de inovação que conecta indústria, ciência e agronegócio, fortalecendo sua atuação em soluções sustentáveis e ampliando a aceitação técnica do agregado siderúrgico no mercado agrícola brasileiro.