Em decisão publicada nesta segunda-feira, dia 01, no Diário Oficial, a Âmbar Energia – do Grupo J&F – teve aprovação do Cade, sem restrições, para concluir a compra de 68% do capital total e 35,3% do capital votante da Eletronuclear, estatal federal gestora das usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3, atualmente com as obras paralisadas. Mesmo com a compra feita pela Âmbar, a União continua a ter o controle da Eletronuclear por meio da ENBPar, que tem 64% do capital votante. E mais: ainda consta do Diário Oficial a liberação por parte da Âmbar para a compra de três usinas termelétricas da Rovema, no Acre.
A Âmbar Energia é uma das unidades de negócio do Grupo J&F, dono de empresas com a JBS, maior produtora de alimentos à base de proteínas do mundo, o sistema de pagamento digital PicPay e a fabricantes de celulose Eldorado Brasil.
A empresa atua na geração, distribuição e comercialização de energia e possui 39 usinas, com portifólio de energia solar, hidrelétricas, biodiesel, biomassa, biogás, gás natural, entre outras.
Ao justificar o investimento na Eletronuclear, anunciado em outubro, o presidente da empresa, Marcelo Zanatta, explicou, na ocasião, que a energia nuclear combina estabilidade, previsibilidade e baixas emissões de gases do efeito estufa, causadores do aquecimento global.
-Características fundamentais em um momento de descarbonização e de crescente demanda por eletricidade impulsionada pela inteligência artificial e pela digitalização da economiav- disse, na época.
Zanatta destaca que as usinas de Angra têm fluxo estável de receitas. A Eletronuclear registrou receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro líquido de R$ 545 milhões em 2024.
“Com esta aquisição, consolidamos o portfólio mais diversificado do setor elétrico brasileiro”, avaliou o presidente.