Cabo Frio cobra solução para o abandono da Cabana do Pescador, no Peró

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Local segue em processo acelerado de degradação - Foto: Sueli Palhares

Sem retorno do poder público, moradores, veranistas e ambientalistas voltam a discutir, nesta quinta-feira (31), o abandono da histórica Cabana do Pescador, na Praia do Peró, em Cabo Frio. O encontro será às 12h, na Sorveteria da Praia, e acontece em sequência à reunião do Conselho Gestor da Bandeira Azul.

Em fevereiro deste ano, a Justiça Federal concedeu à Prefeitura de Cabo Frio o prazo de um mês para apresentar um projeto sustentável para o imóvel, considerado um dos principais cartões-postais da cidade e cenário de diversas novelas. Oito meses depois, a determinação judicial ainda não foi cumprida.

Enquanto isso, o local segue em processo acelerado de degradação: a cabana foi arrombada, peças da construção foram furtadas e o deque de madeira, que deveria estar interditado, apresenta risco de desabamento.

Construída na década de 1940, a Cabana do Pescador é patrimônio tombado pelo município e pelo estado. O tombamento estadual foi proposto pelo então deputado estadual Dr. Serginho, atual prefeito de Cabo Frio, responsável pela preservação e destino do imóvel.

Símbolo da identidade local e um dos pontos mais fotografados do Peró, a cabana se tornou, segundo os organizadores da reunião, um retrato do descaso com o patrimônio histórico e ambiental da cidade.

“A Cabana do Pescador não é apenas um marco cultural e turístico, mas também um símbolo da luta pela preservação da memória e do meio ambiente. Sua proteção requer uma ação coordenada entre as diversas esferas de governo e a mobilização da comunidade local, que vê no casario um elo vital com o passado e um farol para o futuro. A preservação deste patrimônio é, em última instância, uma afirmação da identidade cultural e ambiental da Costa do Sol”, escreveu o sociólogo, cientista político e professor da UFRJ Paulo Baía.

Na reunião, a comunidade também vai discutir outros problemas do Peró, primeira praia do interior fluminense a cumprir os 34 requisitos da Bandeira Azul, selo internacional de qualidade ambiental, conquistado pelo oitavo ano consecutivo. Entre os temas em pauta estão o estado precário da Praça do Moinho, principal espaço de lazer do bairro; a falta de sinalização turística; o ordenamento da praia; o projeto de arborização; e questões de mobilidade urbana, incluindo o pedido de criação de uma ciclofaixa para aumentar a segurança dos ciclistas.