Acordo entre China e Brasil alivia cluster automotivo

Título do Post Incrível
Nissan, em Resende, integra polo automotivo do Sul Fluminense, o segundo maior do país

Por Redação

O cluster automotivo do Sul Fluminense – um arranjo produtivo local que reúne cinco montadoras e mais de 20 fornecedores na Região das Agulhas Negras, no estado do Rio de Janeiro – respirou aliviado esta semana por conta do acordo entre o Brasil e a China que garante o abastecimento de chips no mercado nacional.

Considerado o 2º maior polo automotivo do país em número de empresas, integram o Cluster as montadoras Stellantis, Nissan, Jaguar Land Rover, Hyundai, Volkswagen, além da Michelin e mais 23 empresas sistemistas, que compõem a cadeia produtiva do setor no Sul Fluminense. E mais: é o 4º em capacidade de produção e o 6º em geração de empregos diretos e indiretos.

Risco ainda bate à porta

Na avaliação da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o risco de falta desses componentes ainda existe, mas as tratativas diplomáticas realizadas nos últimos conseguiram aplacar o estresse no setor, que já analisava a possibilidade iminente de paralisação de linhas de produção.

“Na sexta-feira, as fabricantes de veículos começaram a ser avisadas pelos fornecedores de que a autorização para importação de chips está sendo retomada aos poucos. Com isso, o risco de paralisação em nossas fábricas diminuiu”, diz Igor Calvet, presidente da Anfavea.

Dois fatores contribuíram para isso, segundo o executivo. Primeiro, houve a liberação pela China da importação de chips por empresas que operam no Brasil e que têm fábrica em solo chinês. Outra ação é a “licença especial” concedida pelos chineses às empresas brasileiras, para terem uma linha direta de acesso aos componentes.

“A situação melhorou, mas é importante dizer que ainda não foi normalizada. Se não houver interrupção novamente nas importações, nossa indústria tende a não ser afetada”, comentou Calvet.

Há cerca de uma semana, o governo chinês concordou em analisar a concessão de uma autorização especial às empresas brasileiras que estiverem com dificuldades para importar os chips.

A medida abriu caminho para o fim do embargo às importações de semicondutores da empresa Nexperia, que podia levar ao desabastecimento dos fornecedores de autopeças no país.

A iniciativa do governo chinês ocorreu após conversas do vice-presidente e ministro do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Geraldo Alckmin, com a Embaixada da China no Brasil. Alckmin pediu prioridade no fornecimento dos chips às fábricas do Brasil.

A produção nacional de automóveis corria o risco de ser paralisada devido a uma crise global que envolve um dos maiores produtores de semicondutores do mundo. A possível escassez nessa área é um reflexo das disputas internacionais em torno da fabricação de semicondutores envolvendo a China e os Estados Unidos, que travam uma guerra comercial.

*Com informações da Folhapress