Base do Executivo vota a favor enquanto oposição ressalta que não é um bom momento
Por Leandra Lima
A partir da nova resolução aprovada na Câmara Municipal na última quinta-feira (18), servidores públicos ativos e inativos e vereadores da Casa Legislativa terão, em janeiro de 2026, um reajuste salarial de 4,46% e 3,92%, respectivamente. Conforme o texto da resolução proposta pela Mesa Diretora, a correção monetária é em função de perdas inflacionárias acumuladas.
O reajuste, segundo a matéria, vai atualizar os vencimentos e subsídios; além disso, também se aplicou o percentual de aumento anual dos parlamentares. Os repasses ficam sob responsabilidade dos recursos orçamentários da Câmara, e a Mesa Diretora ficará responsável por suplementar os valores, caso necessário.
O salário dos vereadores já haviam sofrido alteração de 2024 para 2025, quando foi aprovado na Câmara no mesmo período do reajuste do prefeito, vice-prefeito e secretários, em dezembro. Na época, a matéria foi discutida em sessão, e, de 15 parlamentares, 13 aprovaram o trâmite. Então, os parlamentares da Casa Legislativa passaram a receber, já em janeiro deste ano, R$ 14.327,24; antes, o valor era de R$ 13.737,88.
Votos
A nova resolução foi aprovada com oito votos a favor e quatro contra. Os parlamentares favoráveis foram: Carlos Alberto (MDB); Domingos Protetor (PP); Gil Magno (PSB); Júnior Coruja (PSD); Júnior Paixão (PSDB); Thiago Damaceno (PSDB); Tiago Leite (PSD) e Wesley Barreto (PRD).
Desfavoráveis à medida: Júlia Casamasso (Psol); Professora Lívia (PCdoB); Gilda Beatriz (PP) e Léo França (PSB).
Não votaram: Octavio Sampaio (PL); Dudu (União) e Marquinhos Almeida (PP).
Repercussão
A oposição, apesar de reconhecer o direito constitucional do reajuste para as categorias, sinalizou a atual fragilidade orçamentária do município, destacando, então, que não é um bom momento para o aumento dos salários dos vereadores. “Entendemos que não é o momento para termos recomposição, mesmo que esteja dentro dos índices do IPCA (inflação), diante do momento em que a cidade se encontra. Mesmo que discordemos da narrativa de crise orçamentária, acreditamos que o que existe hoje em Petrópolis é uma crise de prioridade”, destacou Júlia Casamasso em sessão, enfatizando ser a favor da recomposição para os servidores da Casa.
O presidente da Câmara, Júnior Coruja, disse que o trâmite foi realizado conforme a Constituição. “O IPCA sempre foi votado nesta Casa junto com o aumento dos servidores e vereadores. Vamos acompanhar com muita responsabilidade; poderia dar um aumento maior, mas o próximo presidente não vai conseguir pagar. Devolvemos R$ 5 milhões à prefeitura no final do ano, praticamente em janeiro e fevereiro. Assim que fechar todas as coisas aqui, vamos devolver ainda mais R$ 5 milhões”, disse.