Trem-bala tem início de obra adiado para 2028

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Imagem ilustrativa do trem-bala que ligará Rio e São Paulo. Foto: Daniel Abadia/Divulgação

Por Redação

A TAV Brasil – empresa privada que propõe construir e operar o trem de alta velocidade ligando o Rio de Janeiro e São Paulo – mantém a saga em busca de investidores principalmente da China, incluindo ainda grupos espanhóis e fundos de investimento. Detalhe: para tirar o projeto do papel são necessários nada menos do que algo em torno de R$ 60 bilhões.

A empresa, que tem autorização federal válida por 99 anos, dentro do novo marco legal das ferrovias, que permite a execução mediante autorização e sem necessidade de licitação, prorrogou a data de início das obras para 2028. A previsão inicial era 2027. A operação comercial está estimada para começar em 2032.

A expectativa é de que, além de encurtar distâncias, a linha impulsione a integração regional e contribua para o desenvolvimento econômico de municípios situados ao longo do traçado, como Volta Redonda e São José dos Campos, que poderão se consolidar como polos estratégicos de inovação e logística.

Volta Redonda será uma parada do projeto de trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo. A estação ficará no bairro Roma e a viagem entre as duas capitais levará aproximadamente 1 hora e 45 minutos, com paradas em Volta Redonda e São José dos Campos.

No ano passado, quando representantes da TAV Brasil visitaram o município, afirmou que a prefeitura fará o que estiver ao seu alcance para apoiar a iniciativa, classificando-a como um “projeto gigante e com grande alcance econômico e social”. O CEO da TAV Brasil, Bernardo Figueiredo, ressaltou, na ocasião, os motivos que levaram à escolha do município para abrigar uma das estações de embarque e desembarque de passageiros.

“O município de Volta Redonda foi escolhido para contar com uma estação do trem de alta velocidade porque, juntamente com Barra Mansa, Volta Redonda é um grande polo de geração de viagens, contando com uma localização privilegiada entre o Rio e São Paulo. Instalar uma estação do trem de alta velocidade no município vai, com certeza, potencializar ainda mais essa característica da região. A instalação de um terminal rodoviário junto com o terminal ferroviário é uma iniciativa muito importante, na medida em que existe uma complementaridade entre os dois terminais, o que aumenta a capilaridade do trem de alta velocidade”, explicou, na época.

Parada no Rio de Janeiro

Como o Correio da Manhã anunciou em 07 de agosto de 2024, o ponto de chegada na capital carioca deve ser a estação Barão de Mauá (Leopoldina). Já em São Paulo, ainda está sendo discutido o local das estações. As informações foram dadas pelo CEO da TAV Brasil (Trem de Alta Velocidade), Bernardo Figueiredo, durante o Seminário LIDE Transportes e Mobilidade, realizado em São Paulo.

Fontes renováveis

Ainda consta no projeto, que as fontes utilizadas para operar o trem serão renováveis, com menos emissão de carbono. Em um comparativo, a empresa afirmou que índices internacionais apontam que a emissão de carbono de um avião é 128, enquanto a do TAV é 4 por passageiro por quilômetro, o que traria uma drástica redução na emissão de gases poluentes.

Para o projeto, a TAV tem até o final de dezembro para apresentar à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) os estudos de viabilidade. Aliás, a ANTT acompanhará todas as fases de projeto.

Tempo de viagem reduzido

Esperado por mais de duas décadas, a implantação do trem bala permitirá uma desconcentração urbana, uma vez que as pessoas poderão morar fora das grandes cidades com muito mais conforto. A rota atual em uma viagem de carro, por exemplo, levaria cerca de 07h30. Com o trem, que poderá atingir a velocidade de 350km/h, o tempo seria reduzido em 01h30.

As estações do trem-bala

O trem de alta velocidade percorrerá 417 km entre as estações finais no Rio de Janeiro (Estação Leopoldina) e São Paulo (Estação Água Branca). Além das capitais, estão previstas paradas intermediárias em cidades como Guarulhos, São José dos Campos, Taubaté, Aparecida, Resende e Volta Redonda.

Detalhe: o trem poderá atingir velocidades de até 320 km/h, reduzindo o tempo de viagem entre Rio e São Paulo para aproximadamente 105 minutos (cerca de 1 hora e 45 minutos). O preço da passagem é estimado em R$ 500 por trecho completo (Rio-SP), com valores mais baixos para as paradas intermediárias

Impacto na economia

Com relação ao incremento que o projeto trará para a economia do país, estudos preliminares indicam um acréscimo de R$ 168 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) até 2055, criação de cerca de 130 mil empregos diretos e indiretos e arrecadação de aproximadamente R$ 46 bilhões em tributos ao longo do mesmo período.

Outro aspecto relevante do projeto está associado à exploração do potencial imobiliário nos arredores das estações, com previsão de arrecadação de R$ 27,3 bilhões por meio de empreendimentos como centros comerciais, hotéis e escritórios.

O projeto é discutido desde 2007, mas só, em 2024, ganhou viabilidade jurídica e técnica com a entrada em vigor de um novo marco regulatório para o setor ferroviário. A expectativa é de que a linha impulsione a integração regional e contribua para o desenvolvimento econômico de municípios situados ao longo do traçado, como Volta Redonda e São José dos Campos, que poderão se consolidar como polos estratégicos de inovação e logística.

Para o Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro), trata-se de uma iniciativa que envolve engenharia de alta complexidade e múltiplas especialidades, incluindo infraestrutura ferroviária, planejamento urbano, engenharia ambiental, transportes e tecnologia. O Conselho entende que a participação ativa da engenharia nacional, com foco em sustentabilidade, segurança e eficiência, será fundamental para garantir a qualidade da execução e a maximização dos benefícios sociais e econômicos do projeto.