Por Lanna Silveira
O investimento na abertura de franquias de academias tem se mostrado cada vez mais vantajoso no Brasil. Segundo uma pesquisa da SEBRAE/PR, o mercado “fitness” brasileiro é um dos maiores do mundo: existem mais de 64 mil empresas registradas no país inteiro, sendo que o setor é dominado pelas pequenas academias, que representam 95% dos estabelecimentos. Dados da IHRSA informam que, atualmente, o Brasil é o segundo país com o maior número de academias no mundo.
Apesar de menos numerosas, as academias de grande porte – normalmente, pertencentes a franquias – também estão alcançando diferentes cidades brasileiras. A proposta desses espaços, atualmente, vai além de um simples espaço de musculação, possibilitando a prática de outras atividades físicas e oferecendo, ainda, espaços exclusivamente dedicados à socialização, recuperação e relaxamento dos alunos.
Essa tendência já chegou na região Sul Fluminense: somente em Volta Redonda, no último ano, foram abertas duas academias com a proposta de oferecer um “mega” espaço de esporte, lazer e bem-estar: a Baller, que se inaugurou como a “maior academia do sul do estado”, com um espaço de 2.400m2; e a Emirados For Shape, que será inaugurada ainda em 2025 e se vende como uma academia “seis estrelas”.
Para a economista Sonia Vilela, um aumento na preocupação da população com a saúde tem sido o principal motor no modelo desse negócio. A economista considera, ainda, o fato de o Brasil estar em estado de envelhecimento populacional faz com que o apelo por uma vida mais longeva e saudável cresça – resultando, inclusive, no aumento do público idoso nas academias. O número de alunos matriculados em academias no Brasil, atualmente, ultrapassa a ordem dos 15 milhões, representando quase 10% da população brasileira.
Segundo Sonia, o tipo de investimento que tem a maior tendência a crescer nesse setor é a abertura de franquias, devido ao potencial do franqueador cobrir as despesas mais significativas de seus franqueados. Como um exemplo disso, a economista aponta a rotatividade dos aparelhos de exercício, como esteiras e halteres: nas unidades de sede da franquia, que possuem um alto custo de matrícula e, por consequência, atraem um público com maior poder aquisitivo, a exigência dos matriculados sobre a manutenção dos equipamentos é alta. Para garantir a alta qualidade e rendimento, é comum que o franqueador troque os equipamentos das unidades sede com frequência e repasse os aparelhos semi novos para as unidades franqueadas, que oferecem um ambiente com um investimento menor e custos menores de matrícula.
A economista acrescenta que, como a demanda por academias é muito grande, existem muitas linhas de crédito bancário altamente subsidiadas para se abrir esse tipo de negócio.
Apreço por
A nutricionista Karina Carvalho explica que, nos últimos cinco anos, o número de pacientes que buscavam uma dieta que acompanhasse uma rotina de exercícios físicos aumentou; especialmente, após a pandemia da Covid-19. Ela explica que, nos últimos anos, muitas pessoas perceberam a importância de se manter uma boa condição de saúde e imunidade, buscando se prevenir contra doenças como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. “Posso dizer que uns 68% a 70% dos meus pacientes praticam atividade física, pelo menos, três dias por semana”, explica.
A assiduidade de quem tem uma rotina de exercício também explica o sucesso das academias: artifícios como Gympass e Totalpass permitem que uma pessoa frequente diferentes academias a partir da necessidade de sua rotina. É o caso de João Gabriel, que precisa realizar viagens intermunicipais com frequência e, por isso, não consegue se fidelizar a apenas uma academia.
– Como eu uso o Totalpass, consigo ir em outras academias além da que frequento normalmente na minha rotina. [Os exercícios] são importantes pra mim, porque me ajuda a sair um pouco da rotina de trabalho e faculdade, então me esforço pra manter apesar da correria do dia a dia.
