Projeto traz oficinas gratuitas de cinema a Volta Redonda

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O curso propõe o aprendizado da linguagem audiovisual por meio da experiência prática - Pedro P.

“Um Filme Sobre a Gente” acontece até o dia 2 de agosto

Por Lanna Silveira

Volta Redonda está recebendo o projeto de oficinas gratuitas de educação sobre cinema “Um Filme Sobre a Gente” entre os dias 28 de julho e 2 de agosto. A capacitação é oferecida de forma gratuita, e com ajuda de custo, para dez jovens previamente selecionados, na Escola Municipal João Haasis, localizada no bairro Eucaliptal.

O curso é lecionado por Cadu Azevedo e Lane Lopes – diretores e educadores audiovisuais voltarredondenses, formados em Cinema pela UFF. A ação oferece acesso a ferramentas essenciais para a criação de conteúdo audiovisual, como câmeras, filmadoras, gravadores de som e equipamentos de luz, expondo conceitos relacionados às principais áreas do cinema (roteiro, direção, produção, som, fotografia e edição).

Os alunos foram incentivados a manusear e experimentar com as ferramentas desde o início da capacitação, para que eles pudessem se familiarizar e perder inseguranças criativas. Os educadores explicam que as oficinas são propostas em meio a brincadeiras, em que todas as imagens e sons produzidos nascem das ideias e da habilidade desenvolvida pelos alunos.

O objetivo do projeto é apresentar o universo do cinema e da criação audiovisual aos jovens por meio de experiências práticas e experimentais, que permitam que o grupo se conecte com a arte a partir de suas próprias histórias e contextos de vida, desenvolvendo uma paixão duradoura pelo cinema e a vontade de produzir mais. “Queremos que os alunos construam autonomia, se familiarizando com as ferramentas e os equipamentos do audiovisual para realizarem seus próprios projetos, para se expressarem de forma mais consciente, crítica e criativa”, explica Lane. Ao fim do projeto, os alunos terão a oportunidade de construir um filme protagonizado e dirigido por eles mesmos.

A iniciativa é direcionada especificamente à faixa etária dos 13 aos 18 anos de idade. Segundo Lane, o recorte foi motivado pelo fato desses jovens possuírem uma rotina flexível e ainda estarem decidindo qual carreira desejam seguir, o que aumenta o desejo e a viabilidade para engajar com o projeto. A equipe também acredita que este grupo etário está mais familiarizado com a linguagem básica da produção audiovisual, que vem sendo disseminada entre os jovens a partir do uso de redes sociais como Instagram e Tik Tok.

Motivações

Lane explica que o projeto nasceu a partir da ideia de Tatiane Del Gadelha, que é uma das professoras do coletivo de educadores audiovisuais “De Saber”, composto por ex-alunos do curso de Licenciatura em Cinema da UFF. A iniciativa acabou sendo aprovada na Lei Paulo Gustavo do Estado do Rio de Janeiro, sendo implementado inicialmente em 2024 nas cidades de Belford Roxo e Duque de Caxias. Lane foi uma das educadoras das oficinas do projeto e, após perceber o impacto que ele poderia trazer na formação dos jovens, decidiu trazer o projeto para Volta Redonda, convidando Cadu para atuar como educador junto com ela. A iniciativa foi viabilizada após ser aprovada no edital da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura.

Ambos os educadores possuem um grande desejo de fomentar a cultura local e observar grandes movimentações e avanços na produção artística de Volta Redonda. Mesmo nos projetos realizados em outras localidades, Cadu e Lane sempre buscam inserir e abordar questões sobre a cidade em seus trabalhos e produções. “De certo modo, estamos conseguindo misturar tudo que nos move: cinema, Volta Redonda e educação”, aponta Cadu.

Para Lane, o cenário cultural da cidade possui muitos artistas e mentes criativas com disposição para trabalhar com cinema, apesar das poucas oportunidades disponíveis para acessar os conhecimentos e os meios possíveis para criação. Por isso, ela enfatiza a importância da realização de projetos que valorizem a produção artística interiorana, feita por moradores da cidade que utilizam espaços e mão de obra local para construir projetos – especialmente no que diz respeito a produção cinematográfica.

– A indústria cinematográfica no Brasil se estrutura de maneira extremamente desigual, concentrando renda em poucas produtoras localizadas no Rio e em São Paulo. Queremos aproveitar a visibilidade que o cinema nacional tem ganhado nos últimos anos, além da interiorização do investimento em cultura com políticas públicas, para valorizar a criação e a formação na nossa cidade. O nosso projeto ainda é pequeno, mas acredito que estamos fazendo eco a um movimento muito maior.

Para Cadu, a oportunidade de realizar o projeto na cidade traz o sentimento de contribuição com o desenvolvimento do cenário cultural local, além de reconexão com o ambiente interiorano e com a comunidade.

– Fazer esse projeto em Volta Redonda é sempre uma oportunidade de estar envolto por esse lugar que nos inspira e que foi importante na nossa formação. Poder levar o cinema para um ambiente escolar, trocar experiências com a “molecada” e contribuir para uma possível expansão de horizontes deles, ao mesmo tempo que expandimos o nosso, é algo muito especial. Acho que a grande potência do cinema está nisso: nos encontros, nas trocas e nas imagens que produzimos juntos – conclui.

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Correio Sul Fluminense

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