Coletivo Sala Preta promove espetáculo em Barra Mansa

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As apresentações do Coletivo têm maior ênfase em expressão corporal e teatro não convencional - Divulgação/Sala Preta

Apresentação reúne aprendizados dos alunos ao longo do curso

Por Lanna Silveira

O coletivo teatral Sala Preta, em atividade na cidade de Barra Mansa, promoverá, nesta quarta-feira (16), a Mostra Processual Sala Preta 2025: um espetáculo construído junto aos alunos do curso de teatro do coletivo, que explora a criatividade e a sensibilidade do grupo por meio da experimentação artística. O evento acontecerá na Sala de Espetáculos Lurdinha Chiesse, a partir das 20h. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser retirados de forma antecipada pela plataforma virtual Sympla.

Os espetáculos promovidos pelo Coletivo Sala Preta se afastam de formas mais tradicionais de apresentação teatral, com a utilização do espaço definido pelo palco e a construção narrativa com uso de diálogos falados. Suas peças investem na transmissão de mensagens e sentimentos por meio da linguagem corporal dos atores, além do contato e interação direta com o público. Segundo Danilo Nardeli, ator e um dos diretores do Sala Preta, a Mostra Processual 2025 apresentará as pesquisas e processos criativos desenvolvidos entre os professores e os alunos durante as aulas do primeiro semestre deste ano.

O espetáculo não tem um conceito único e fechado, podendo ser classificado como um “compilado de experimentações artísticas”. Os resultados dessa Mostra Processual ditarão a direção que será tomada pelo coletivo nas aulas do próximo semestre, que serão dedicadas a elaborar um novo espetáculo, com conceito bem definido, a ser apresentado no fim do ano.

Um tema explorado de forma constante pela Mostra é a relação humana com os rios, que serão abordados de forma poética e sociopolítica pelo espetáculo, com a investigação de como os fluxos do rio influenciam o corpo humano, as vivências das populações ribeirinhas e as lendas e mitos criadas acerca deles. As apresentações são construídas por meio de relatos, poesias e improvisos de atuação.

A pesquisa do coletivo não será refletida apenas na forma como a peça é apresentada: durante a Mostra, os espectadores não serão posicionados de frente para o espetáculo, como é convencionalmente feito no teatro. Danilo explica que uma das vertentes do Sala Preta é explorar novos modos de ocupação artística e de disposição da plateia, identificando novos modos de conectar o público aos atores e à narrativa exposta. O ator espera que o público receba a apresentação com curiosidade e adianta que uma roda de conversa será aberta ao fim da apresentação.

– Nós estamos muito felizes com essa Mostra. Esse ano, o Sala Preta foi contemplado pelo edital Pontos de Cultura de Barra Mansa, então está sendo oferecido gratuitamente, o que possibilitou maior adesão dos alunos. Estamos com uma turma de 32 alunos e nos emociona bastante ver um grupo tão grande em cena, engajados num processo criativo – comemora o diretor.

Transformar pela arte

Uma das alunas participantes do espetáculo é Juliana Farineli, que faz parte do coletivo há cinco meses em sua primeira experiência direta com artes cênicas. Por meio da experimentação promovida no curso, Juliana percebe que vem aprendendo a entender melhor o seu corpo e a se sentir mais confortável diante de outras pessoas, além de desenvolver uma autoconfiança que ajuda no teatro e em situações do cotidiano.

– O curso tem despertado o melhor de mim desde o começo; e com “melhor”, não quero dizer só do que é confortável e legal de fazer, mas também no desconforto que a exposição traz e na tensão de não querer fazer algo errado. Aprendi que todo mundo tem seu próprio ritmo e limitação e isso não define nada! Se desprender dessa ideia com certeza é a minha maior conquista, tanto artisticamente quanto na vida pessoal. O medo de errar e parecer “feio” não me assusta mais nas aulas, poder se expressar sem cobrança é o maior dos aprendizados para o meu desenvolvimento no palco.

Juliana explica que a seleção do que será apresentado na Mostra prioriza os tipos de expressão que o grupo se sente mais confortável em performar, garantindo ainda que todos os alunos participaram ativamente da construção do espetáculo, colaborando com elementos que vão desde a elaboração de falas e cenas até a escolha do figurino – sempre com o apoio e revisão dos professores do coletivo.

Para Juliana, o trabalho do Sala Preta é resultado da resistência e a vontade da organização em fazer o teatro acontecer em Barra Mansa e levantar temas relevantes sobre as realidades da sociedade atual, sendo uma iniciativa necessária no contexto da região. “Desde que conheci e entrei no curso do Sala, percebi o quão valioso e potente ele é para a nossa região e queria espalhar para todo mundo que ainda não conhece! Em meio a tempos difíceis, eles têm sido resistência e um alívio para quem faz parte disso tudo”, conclui.

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Correio Sul Fluminense

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