São mais de 15 toneladas de material depositados em SP e MG
Por Sônia Paes
O prazo para o chamamento público para compra do lixo atômico da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) foi prorrogado para 18 de dezembro, como publicado pela União. As propostas teriam que ser enviadas até o final desse mês, mas não houve nenhuma oferta. O material à venda – batizado de Tora II – é nada menos do que 15.424 toneladas de hidróxido de urânio, tório e terras raras. Estão depositados em Itu, em São Paulo, e em Caldas, em Minas Gerais, onde está a maior parte.
Embora o edital do leilão tenha sido feito no ano passado, o caso se arrasta há décadas. Um dos impecilhos é relacionado principalmente à segurança do transporte do material. Outro ponto que dificulta o processo é a retirada dos depósitos das cidades onde estão armazenados.
Pelo edital, a empresa que oferecer o melhor preço e sair como vencedora tem que cumprir inúmeros requisitos de segurança e técnicos. E mais: todos os custos da operação será por conta do comprador.
Além disso, após a INB conseguir a licença de exportação junto aos órgãos reguladores do setor nuclear, a empresa terá que descartar o uso do material em atividades bélicas. Poderá ser usado somente para fins pacíficos e depois que entrar em águas internacionais, fica sob a responsabilidade da compradora. A INB é responsável pela carga enquanto ela estiver no Brasil.
Santa Quitéria
E meio ao embate sobre o destino do lixo nuclear, o presidente da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear (ENBPar), Marlos Costa de Andrade, e o presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Marcelo Xavier de Castro, discutem o projeto de Santa Quitéria, no Ceará. Trata-se de uma parceria da INB com a empresa Galvani para a exploração conjunta de fosfato e urânio encontrados de forma associada na jazida de Itatiaia.
– Essa mina será um orgulho para o país – declarou o presidente da INB.
O presidente da ENBPar ressaltou a relevância do projeto para o país. “Fizemos questão de vir aqui pessoalmente. Vamos em conjunto trabalhar e procurar soluções para transformar o projeto em uma realidade”, afirmou Marlos de Andrade.
Presenças
A visita contou ainda com a presença dos diretores Tomás Filho (Recursos Minerais), Itamar de Almeida (Finanças e Administração), Alexandre Siciliano (Enriquecimento Isotópico) e Reinaldo Gonzaga (Combustível Nuclear).
Proenergia Summit 2025 em Fortaleza
Na viagem, o presidente da INB e os diretores da empresa foram ainda à cerimônia de abertura da 7ª edição do Proenergia Summit 2025, em Fortaleza. O evento, realizado nos dias 24 e 25 de setembro, reuniu autoridades, empresários e especialistas do setor de energia do país, com a finalidade de debater estratégias voltadas à matriz energética brasileira. O evento discutiu ainda o Projeto Santa Quitéria.
