Emissão de ‘pó preto’ em Pinheiral gera reclamações

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Acúmulo de resíduos está próximo a um conjunto habitacional do bairro - Divulgação

Moradores do Parque Maíra e empresa não chegam a consenso

Por Lanna Silveira

Os moradores do bairro Parque Maíra, em Pinheiral, fizeram, nesta terça-feira (23), uma postagem em redes sociais denunciando a emissão de pó preto, supostamente proveniente de materiais da empresa de reciclagem Recitec. A população e a empresa alegam origens diferentes dos resíduos e não conseguem chegar a um consenso.

Segundo relatos, a poluição do ar começou há cerca de três anos, se agravando com o passar do tempo. Atualmente, é possível notar o acúmulo de poeira nos móveis, pisos e quintais de casa. As consequências, segundo moradores, seriam o agravamento de problemas respiratórios que resultam em idas constantes no hospital.

Os mais atingidos pelo problema são os moradores do conjunto habitacional do Parque Maíra, localizado ao lado de um terreno da Recitec – onde teria a “montanha” residual. Os moradores que prestaram depoimentos ao Correio Sul Fluminense preferiram não se identificar para evitar possíveis repercussões negativas. O consenso entre eles é de que tanto a empresa, quanto a Prefeitura, não estão se mobilizando para dar um fim ao problema.

Uma das moradoras do conjunto habitacional conta que suas filhas desenvolveram doenças respiratórias após o acúmulo de pó no terreno da empresa, acrescentando que a poeira não somente é detectada dentro das residências, quanto nas ruas do bairro – sempre em grandes quantidades.

Segundo ela, a última reunião não teve um debate pacífico e resultou em comprometimentos que não foram cumpridos. A moradora garante que foi informado ao representante da empresa que a população fez um abaixo assinado para expressar a gravidade do problema e o alertaram que, caso medidas não fossem tomadas, eles formalizariam uma denúncia no Ministério Público. A ata da reunião foi encaminhada ao Correio Sul Fluminense.

– Foi uma reunião bem agitada, porque (o dono da Recitec) estava com os ânimos alterados, alegando que a gente entrou no território dele, sendo que, na verdade, essas casas já existiam e viemos morar aqui depois. Por fim, conseguimos entrar em um acordo, registrado em ata, de que em um ano eles estariam retirando esses resíduos metálicos de perto da nossa casa; o que não foi feito. Na verdade, aumentou a quantidade”.

Outra moradora conta que a aglomeração de pó dentro de casa prejudica a saúde de sua filha de três anos, que tem bronquite, exigindo a limpeza constante da residência, mesmo que as janelas passem o dia inteiro fechadas. Uma terceira moradora conta que ela e seu marido precisaram ir ao hospital após uma crise grave de bronquite.

Resposta da Recitec

Em resposta aos questionamentos do Correio Sul Fluminense sobre as alegações dos moradores, o dono da Recitec, Ricardo Luz, enviou uma nota de esclarecimento.

– A poluição alegada, que sequer existe estudo para afirmar objetivamente que exista, não é por parte de responsabilidade da nossa Empresa, mas decorrência da ocupação desordenada do solo pelos próprios moradores, que estão avançando significativamente sobre a barreira verde que deveria proteger o lugar, de forma irregular e ilegal, que praticam uma pequena grilagem urbana. A barreira verde é facilmente percebida pelas imagens aéreas do lugar, sendo que as imagens que estão circulando nas redes sociais são de anos atrás. (…) Nossa Empresa sofre periódicas fiscalizações trimestrais por parte dos órgãos ambientais competentes, sendo que nossas inspeções estão absoluta e rigorosamente em dia e nossos documentos ambientais são públicos. Nossas licenças e outorgas ambientais também estão religiosamente em dia, nas esferas federal, estadual e municipal. (Por fim), inexiste qualquer investigação, procedimento administrativo ou judicial em nosso desfavor, razão pela qual inexiste qualquer prazo ou negociação acerca da supressão de gerar determinada e suposta poluição, justamente por não termos nenhuma prática que viole a legislação ambiental.

O Correio Sul Fluminense também entrou em contato com a prefeitura de Pinheiral; não houve retorno até o fechamento da edição.

Correio Sul Fluminense

Uma Publicação do Grupo Correio da Manhã

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