Setor energético à espera da reunião do CNPE

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Estima-se que o custo para abandonar as obras é praticamente o mesmo para concluir

O setor energético volta à expectativa de que as obras de Angra 3 sejam discutidas na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), prevista para acontecer até o final do mês. A sinalização de que a construção da usina nuclear entre na pauta do CNPR foi dada pelo ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, na sexta-feira (5).

O tema virou uma verdadeira novela no governo federal e tudo leva a crer que o capítulo final está longe de ocorrer. Se por um lado, Silveira é favorável ao projeto, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é totalmente contrária. Ou seja: a divisão dentro do próprio governo impede que haja uma decisão sobre o caso.

Manter o assunto fora de embate e a obra parada levam a um gasto anual de algo em torno R$ 1 bilhão. Antes de deixar a presidência, Raul Lycurgo explicou que o valor é dividido da seguinte forma: R$ 800 milhões são usados para pagar os financiamentos que foram contratados para a construção da usina; R$ 120 milhões vão para a conservação dos equipamentos que já foram adquiridos; e os outros R$ 100 milhões pagam os salários dos funcionários contratados especificamente para Angra 3.

Outro problema que bate à porta da Eletronuclear é com relação à dívida da estatal federal. Termina em dezembro o pedido de suspensão do pagamento de dívidas com a Caixa Econômica Federal (CEF) e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo é postergar o pagamento das dívidas até 2026. Esse pedido está atualmente sob análise dos bancos.

Empreendimento

A usina de Angra 3 está sendo construída na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, no litoral do Rio de Janeiro, onde já operam as usinas de Angra 1 e 2. Quando estiver finalizada, a nova usina terá uma potência de 1,4 gigawatts, o que é o dobro da capacidade de geração de Angra 1. Atualmente, 67% da obra está concluída.

O custo para finalizar Angra 3 é estimado em cerca de R$ 23 bilhões, mas o projeto já tem cerca de R$ 12 bilhões investidos. Um estudo do BNDES também aponta que o abandono do projeto custaria cerca de R$ 21 bilhões.

O estudo do BNDES entregue à Eletronuclear, no ano passado, identificou também que cerca de R$ 800 milhões em equipamentos de Angra 3 foram utilizados por Angra 2. Da mesma forma, entre R$ 500 milhões a R$ 600 milhões em combustível nuclear foram utilizados pela segunda usina brasileira, e tinham sido inicialmente comprados para a terceira. Por isso, aproximadamente R$ 1,4 bilhão será reembolsado pelo próprio caixa de Angra 2. Tal fato impacta positivamente a competitividade tarifária de Angra 3, segundo mostra a análise do banco.

Sobre Angra 3

A terceira usina nuclear brasileira terá potência de 1.405 megawatts, sendo capaz de produzir cerca de 12 milhões de MWh anuais. Com a conclusão de Angra 3, a Central Nuclear de Angra passará a gerar o equivalente a 70% do consumo do estado do Rio de Janeiro. O empreendimento apresenta, no momento, um progresso físico global de 66%.

A usina vai operar com alto grau de confiabilidade e contribuir para a segurança de abastecimento para o sistema elétrico brasileiro, reduzindo o risco de apagões. A geração da unidade será suficiente para atender 4,5 milhões de habitantes.

Para visualizar a relevância da produção de energia de Angra 3, ela seria capaz de carregar, simultaneamente, 30 mil carros elétricos, numa fila de 13 km equivalente à ponte Rio-Niterói. Em um dia, esse número chegaria a 720 mil carros elétricos.

Angra 3 também terá importante papel na diversificação da matriz elétrica e reduzir os custos totais do Sistema Interligado Nacional (SIN), na medida em que substituirá a energia gerada por usinas térmicas que apresentam alto custo de geração e são frequentemente despachadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O documento aponta ainda que qualquer resultado financeiro positivo identificado futuramente, e incentivos tributários do setor, como o Renuclear – que tramita na Câmara dos Deputados -, poderão ser usados para beneficiar os custos da usina a ser construída.

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Correio Sul Fluminense

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