Confeitarias e produtores locais da fruta estão zerando estoques
Por Ana Luiza Rossi
O famoso ‘Morango do Amor’ tem ganhado o coração – e o paladar – de muitos amantes de doce. A curiosa sobremesa, que está fazendo sucesso nas redes sociais, está dando trabalho para as confeiteiras da região e zerando o estoque de fornecedores locais da fruta.
Em Barra Mansa, a confeiteira e proprietária da cafeteria Coffes & Beijos, Camila Vieira, afirmou que resolveu incluir o doce em seu cardápio após muitos pedidos de clientes. A unidade está sendo vendida por R$ 15 reais, mas em outros locais o doce varia entre R$12 e R$24.
– É uma febre nas redes sociais e no Brasil inteiro. Está deixando confeiteira sem dormir de madrugada, acordando cedo, errando calda e por isso corremos atrás, para aprender as técnicas e incluir no nosso cardápio – explicou.
Sobre a sobremesa
O doce foi inspirado na tradicional Maçã do Amor, que é banhado na calda derretida de açúcar e bastante produzido durante as festividades juninas por todo país. Porém, diferente da receita original, esta versão traz o morango envolto por uma camada de brigadeiro branco e finalizado com uma brilhante calda vermelha.
O diferencial, como explica Camila, está na cremosidade e na combinação com o morango, que é uma fruta mais ácida. “O morango combina com a cremosidade do brigadeiro branco ou do doce de leite. Fica delicioso”, conta.
Mas a receita não parou por aí. Pelo menos na Coffes & Beijos, a receita – que é relativamente nova – já deu origem para outras versões com brigadeiro de maracujá e também com pistache, considerada como a castanha do ano pelo sucesso durante o período de Páscoa com as famosas Barras de Dubai.
– Semana passada, começamos vendendo dez por dia. É difícil de produzir. É erro com a calda, depois acerta, estuda a técnica e deu certo. Ontem, saíram pelo menos 70 unidades. Hoje já estamos fazendo bem mais do que isso, porque eles não estão chegando até o final do dia – destacou Camila.
Alta demanda
Aliás, o sucesso da sobremesa também acabou refletindo na demanda dos produtores locais. A produtora do Rei dos Morangos, Pamela, explicou que está sendo difícil atender todos, especialmente devido a época, já que a fruta tende a oscilar de qualidade pela estação.
– Já ouviu o ditado que a vida não é um morango? Te digo que é. Uma fruta difícil de plantar, produção cara. No momento não estamos conseguindo atender todos, mas se trouxesse mil caixas de morango, venderia todas brincando – explicou. Pelo menos na produção do Rei dos Morangos, eles acompanham uma cotação de Porto Alegre: os preços para as safras novas de morango estão entre R$37 e R$40 reais o quilo.
Outra produtora de morangos, que é uma das pioneiras em Volta Redonda, a Raquel Andrade, explicou que também sentiu na pele a alta demanda com a viralização da sobremesa. “Não conseguimos dar conta de toda essa demanda. A questão crucial é que se trata de uma plantação. Nós fazemos nossa parte e esperamos que a natureza faça o restante do trabalho, com a ajuda de Deus”, destacou.
No método de cultivo do Morangos Santa Rita, as frutas são o ano inteiro por serem produzidas com a proteção da estufa e em bancadas suspensas, a famosa técnica de hidroponia que cultiva os morangos a necessidade de plantar no solo. “A gente tem aquele boom no começo da floração dele e no final, ele já começa a produzir menos. Dependemos da natureza e de acordo com a quantidade de quilos, a gente trabalha nessa demanda desta maneira”, concluiu Raquel.