O nome do novo presidente da Eletronuclear, que opera as usinas Angra 1, Angra 2 e Angra 3, está última com as obras paralisadas – deve sair somente entre outubro e novembro, quando deve acontecer uma nova reunião extraordinária do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) conforme Lula pediu nesta quarta-feira, dia 25, em encontro na sede do Ministério de Minas e Energia, em Brasília. O presidente deixou o ministro Alexandre Padilha responsável pela tarefa e quer tratar também sobre o futuro da construção de Angra 3, ainda uma incógnita que deixa o setor energético com os nervos á flor da pele. Alexandre Lycurgo, atual presidente da estatal, pediu para deixar o cargo, no mês passado, e aguarda somente o seu substituto para efetivar sua saída. O mandato dele terminou em abril.
Se a decisão pela continuidade ou não de Angra 3 gera uma grande impasse, a disputa pela presidência da Eletronuclear aquece a temperatura nos bastidores políticos e subiu ainda mais, no início de junho, quando o governo federal demitiu Carlos Henrique Seixas, um dos cotados para o cargo. Ele presidia a Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados) e a demissão aconteceu depois que uma foto sua ao lado do ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier, que teria envolvimento no 8/1, circulou no Planalto. A Nuclep é uma estatal brasileira que se dedica à fabricação e comercialização de equipamentos pesados, especialmente para setores estratégicos como nuclear, defesa, óleo e gás, e energia. Sidnei Bispo, atual diretor administrativo da Eletronuclear, continua no páreo, mas tem forte rejeição do Stiepar (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica nos Municípios de Paraty e Angra dos Reis). Os sindicalistas enviaram, inclusive, uma carta aberta, ao presidente Lula, contestando a eventual nomeação de Bispo à presidência da estatal.
Ainda na lista de “presidenciáveis” consta André Luiz Osório, chefe de gabinete de Lycurgo, com mais de 20 anos de experiência no setor elétrico e passagens pelo Ministério de Minas e Energia. Foi Diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos e atuou na Empresa de Pesquisa Energética.