Competição aconteceu no maior polo hípico do país, em São Paulo
Por Ana Luiza Rossi
Provando que talento não tem idade, a carioca Maithê Carrupt, que hoje mora em Volta Redonda, se destacou na última semana como vice-campeã na 5ª Etapa da Copa Santo Amaro, o maior polo hípico do Brasil. Foram dois dias de competição em São Paulo, em que disputou pela série de salto de 80 centímetros e levou a segunda posição de volta para o Sul Fluminense. Com apenas 13 anos de idade, ela já é associada pela Federação Equestre do Estado do Rio de Janeiro (FEEJ) e já coleciona uma extensa lista de participações em competições de hipismo.
A conquista, claro, foi muito comemorada. Segundo Maithê, ela passou por uma mudança radical de treinador, do clube hípico e até mesmo de cavalo. “Conquistei o vice-campeonato em conjunto com um cavalo que conheci a pouco tempo. Montei ele apenas algumas aulas antes da competição e, juntos, trouxemos um excelente resultado”, disse.
A atleta, que treinava em um haras do distrito de Ipiabas, em Barra do Piraí, há pouco mais de três meses teve a oportunidade de começar a treinar no Centro Hípico Italiano, em Lorena (SP), focado em equitação de refino e de alto nível. No entanto, viu seu planejamento de competições para 2025 “virar de cabeça para baixo” quando soube que sua égua, a Máxima, ficou prenha.
– Eu tinha feito todo um planejamento de competir com ela durante todo esse ano de 2025, participar de todas as provas da FEEJ, do estadual e do brasileiro com ela. Tudo mudou de repente. Foi um choque – disse Maithê. Apesar da prenhez, há atletas que optam por montar em éguas até o último mês de gestação, mas Maithê e a família decidiram por manter Máxima em resguardo: “Eu penso nela todos os dias, mas era momento de respeitar o momento dela”.
Mesmo com toda mudança, a atleta afirma que foi uma transição tranquila: “Foi a melhor coisa que me aconteceu. Está sendo muito bom esse haras, estou muito feliz. Foi uma transição positiva porque me permitiu conhecer novas pessoas, montar em novos cavalos e ter mais tempo de cela”, disse.
Para manter o ritmo, a atleta afirma que vai acrescentar mais dois dias na semana para iniciar o treinamento com um novo potro para que, se tudo der certo, inicie novas competições com ele no ano que vem.
Incentivo
Mesmo com o talento natural, Maithê conta que para a logística de treinar em outro estado, duas vezes por semana, é preciso ter pessoas que apoiam o seu sonho: seus pais, Adriana Carrupt e Emerson Rodrigues, que fazem de tudo para que a atleta consiga conciliar a rotina junto com seus estudos.
Apesar da distância de duas horas para acompanhar os treinamentos da filha, segundo a mãe de Maithê, vale a pena.
– Quando a gente faz o que a gente gosta, fica mais leve e mais tranquilo. A gente incentiva muito. É um investimento pra vida dela e tudo vai muito além de montar. É para o crescimento pessoal e o esporte é um auxílio muito poderoso na criação de um filho – afirma Adriana.
O incentivo, claro, é percebido pela atleta. “Os meus pais eles sempre me apoiaram em tudo. Nesse período entre Ipiabas e Lorena, eu tentei uma outra escola de hipismo, mas foi uma experiência ruim. Minha mãe observou que não estava bom e nós buscamos um novo lugar. Eles sempre estão me apoiando e isso faz com que eu me sinta segura sempre”, destaca.
Amor pelos cavalos
A atleta conta que o amor pelos cavalos começou na infância, porém, sem acesso para praticar o hobby, nunca havia tido a oportunidade de montar em um cavalo. Com a mudança para Volta Redonda, durante o período pandêmico foi possível realizar esse sonho no Haras Fire Notes, em Ipiabas.
Nesse haras, Maithê teve a oportunidade de participar de sua primeira competição na modalidade de três tambores após o convite de um treinador e, em sua primeira vez, conseguiu o êxito de ficar em primeiro lugar. “Acabei pegando gosto. Quando me vi, já estava no esporte”, disse. Aliás, foi neste mesmo local que ela conheceu sua parceira de competição, a égua Máxima.