Por Lanna Silveira
Com o aumento da propagação de síndromes respiratórias – em especial, do vírus Influenza, que se tornou preocupação das autoridades de saúde a nível nacional devido ao crescimento nos casos durante o mês de maio -, a população deve tomar medidas direcionadas a prevenção do contágio e buscar o atendimento adequado ao contrair a gripe.
De acordo com a Dra. Keila Barros, Infectologista do Hospital Unimed Volta Redonda, a queda abrupta nas temperaturas e a redução da umidade do ar que ocorrem com a chegada do outono facilitam a disseminação dos vírus respiratórios. “Considerando o fator imunológico individual, o ar mais seco compromete a função de barreira natural das mucosas respiratórias contra os mais diversos microrganismos. Essas mucosas, quando úmidas, promovem a retenção destes agentes, dificultando a entrada no nosso organismo e, assim, o adoecimento”, complementa.
Outros fatores, como permanecer em locais fechados, sem ventilação adequada, contribuem para o contágio da doença por favorecer a permanência do vírus e sua disseminação.
Segundo Keila, a gripe é uma doença febril aguda que pode ser identificada a partir dos seguintes sintomas: febre alta de início súbito, dor de cabeça e dores musculares intensas, calafrios, tosse seca, dor de garganta e mal-estar generalizado, fadiga e prostração. Ao identificar algum sinal de contágio, o paciente deve procurar por atendimento médico, especialmente caso faça parte do grupo de risco – crianças menores de cinco anos, especialmente menores de dois anos, idosos (acima de 60 anos), gestantes, puérperas e indivíduos com comorbidades (como doenças cardiovasculares, diabetes, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e imunossuprimidos) e obesidade mórbida.
– (O atendimento) deve ser precoce devido à necessidade de monitoramento e pela avaliação de indicação de início de medicação antiviral nas primeiras 48 horas. E, certamente, deve ser o mais breve possível quando o paciente apresentar dificuldade para respirar, dor ou pressão persistente no peito, confusão mental, febre que não cede com antitérmicos ou melhora seguida de piora, configurando em muitos casos uma complicação da gripe.
Para a população mais vulnerável, a evolução do quadro de influenza pode levar a quadros graves como pneumonia viral, bacteriana ou fúngica, insuficiência respiratória, descompensação e agravamento de doenças pré-existentes. Em casos extremos, o contágio pode ocasionar o óbito do paciente.
Apesar da denominação de um “grupo de risco”, Keila reforça que todos os grupos etários não vacinados estão suscetíveis ao contágio do vírus. “Ele é altamente contagioso; se dissemina facilmente pelo contato com gotículas eliminadas ao tossir, falar e espirrar e pelo contato com superfícies e materiais contaminados por estas gotículas, contaminando as mãos que, quando não adequadamente higienizadas, são veículos para a contaminação das mucosas nasal, oral e ocular.”
Cuidados
A médica reforça que a forma mais eficaz de prevenção da gripe é a vacinação, explicando que o reforço deve ser feito anualmente. Somado a isso, a população deve realizar uma higienização constante das mãos, com água e sabão ou álcool em gel 70%; garantindo a manutenção de ambientes arejados e ventilados, evitando aglomerações; usando máscaras caso tenha sintomas da gripe ou se fizer parte de um grupo de risco, tanto para evitar a contaminação de outras pessoas quanto a sua própria; cobrindo a boca e o nariz ao tossir e espirrar, seja com lenço descartável ou com o cotovelo; e evitando tocar nariz, boca e olhos com mãos não higienizadas.
O tratamento da gripe pode ser feito com o uso de medicamentos sintomáticos como antitérmicos e analgésicos, dentro da recomendação médica, junto a uma hidratação adequada e repouso. Em alguns casos, o uso de antivirais específicos pode ser indicado, especialmente se iniciado nas primeiras 48 horas dos sintomas.